Monday, January 05, 2015

1º devaneio de 2015


Enquanto tomava banho pensei: "o que é o AMOR?"
Essa questão me persegue desde muito jovem. Acho que mais nada na minha vida foi tão importante quanto descobrir o verdadeiro significado, descobrir se o que estou sentindo é ou não o amor real.
Ainda não cheguei a nenhuma conclusão definitiva -ainda bem-, mas fico me perguntando, será que ja passei pelo verdadeiro amor da minha vida e me separei por não aguentar a decepção de não ser quem ele esperava que eu fosse?


Às vezes, em momentos de fraqueza me culpo por ser quem sou, me culpo por pensar demais, sentir mais ainda e ter muitas vontades, talvez mais do que qualquer outro ser, segundo observações do possível "verdadeiro amor", me culpava inclusive por sonhar muito, por ler excessivamente e pior, por nunca achar que lia o suficiente.


Quando estávamos no processo de separação, de aceitação do término,  eu sofria muito por achar que eu era a culpada, me perguntava: "por que sou quem sou?", "onde foi difícil mudar quem sou para ficar com quem eu amo?", "por que fui tão egoísta em não aceitar mudar pra ser feliz com quem eu amava e me amava?".


Escrevendo hoje, relembrando essas dúvidas cruéis que me cutucavam todas as noites antes de dormir,  ainda me sufocam, me fazem puxar um ar que parece nunca entrar nos meus pulmões.
Para me acalmar, olho em volta, vejo o lugar que me encontro agora pela manhã e lembro da noite que tive. Não, não foi uma noite de amor físico como todos no mundo pensam, foi uma noite de amor diferente, uma noite em que me olharam varias vezes dentro dos meus olhos e viram quem sou, e com um sorriso lindo e brilhante me disseram: "Eu vejo você. Eu sei que tens feridas, que estas pela metade, eu também tenho as minhas cicatrizes, também estou pela metade, mas eu gosto de você exatamente pela "altista" que és, pela mulher que tu és, pela menina que tu és, pelas unhas ruídas que tens. Eu quero você e não alguém que eu sonho que sejas, eu te enxergo."


Sim, estou com outra pessoa, foi rápido demais?  Eu acho que não, quem somos nós para julgarmos o tempo certo para encontrarmos alguém que nos faz bem? Ele sabe que ainda sinto dores, ele sabe que ainda tenho amor, ele sabe e eu sei que isso vai passar, e eu estou aberta para receber aos poucos, quem sabe, um novo amor. Experimentar um amor parceiro, um parceiro que está disposto a entrar no meu mundo,  conhecer o que me agrada e desagrada, e está disposto a me mostrar o seu mundo. Estamos dispostos. Como diz o Teatro Mágico "Os opostos se distraem. Os dispostos se atraem."

Nós estamos dispostos a sermos felizes e parceiros.

Quem garante que eu era a errada? Onde está o roteiro que eu deveria seguir para garantir que eu não errasse mais? O fato de eu não pedir que ele mude foi errado?  Não pedir pra ele mudar era garantia de que ele era perfeito, ou eu que não acho certo forçar mudança?  Será que um dia ele percebeu ou parou para pensar nisso? Será que ele se questionava? Acho que não, como ele mesmo dizia, "tu pensa muito!" talvez ele não pense tanto nas questões da vida e aí ele tinha a ilusão de que o mínimo que eu pensava era muito. Quem sabe?