Wednesday, September 11, 2013

Ontem, hoje, talvez amanhã.

Não esperava muitas mudanças na minha vida esse ano; claro que, quando o fim do ano esta chegando temos muitas expectativas para o próximo, mas nada tão extraordinário que tenhamos desejado, a não ser que, você seja aquela pessoa mais ambiciosa e mais positiva que as outras e acaba fazendo uma lista muito mais exigente do que a maioria das pessoas, como : Casar. (mesmo ainda não tendo um pretendente).

Bom, as minhas listas são modestas, sempre, do tipo: Quero fazer meu curso de inglês. E para esse ano, eu não esperava mais do que isso e outros pequenos "isso", aí, no terceiro mês do ano veio a primeira mudança, saí do escritório que estava trabalhando a dois anos, gostava muito do meu trabalho e principalmente do clima organizacional. Quando soube que precisavam fazer cortes e que talvez fosse preciso reduzir meu salário pra poder manter a empresa de pé, fiquei triste por não poder ajudar continuando, precisava do meu salário inteiro. Vi na saída uma oportunidade, e não um fracasso, mesmo gostando de trabalhar lá, não era na minha área (comunicação), então pensei, "agora posso me entregar ao que realmente gosto de fazer, escrever".

As coisas foram acontecendo, escrevo mais, off line, me tornei dona da minha casa, e aí outra mudança, minha sogra, resolveu mudar de cidade, voltou pra ilha que nasceu, que fica a 4h da minha cidade. Então meu namorado, não querendo ir, sugeriu ficar em casa. Eu não estava e acreditava nunca estar preparada pra morar com alguém, como não podia deixá-lo na mão ele veio.

Nossa, como mudança dói e incomoda.


Já imaginaram seu espaço sendo dividido com outra pessoa? O lugar onde é meu porto seguro de repente se transformou na morada de mais uma pessoa, a qual é completamente diferente de mim, antes fosse a única mudança um habitante a mais, ele queria mudar tudo de lugar, isso foi me sufocando, me irritando, e eu tentando ser forte.

Meu quarto era a minha caixinha de pandora, nele eu guardava toda a minha história, desde as mais doces a mais amarga, mas era meu lugar, meu canto, minha vida. Então ele entrou, se instalou, e as desavenças começaram. Achei tudo muito apertado, entulhado, como na verdade eu estava me sentindo. Um lugar que era de reflexão passou a ser de debates, embates, disputas. Nossa, não tinha fim a minha angustia, não tinha mais para onde fugir quando eu estivesse cheia, estressada.

O resultado não poderia ter sido outro. Ele foi embora.

Depois de eu ter derramado em cima dele com uma única frase todo o meu sentimento de desespero e sufoco, ele se foi, e foi no dia do meu aniversário.

Passado esse turbilhão de tristeza e alívio, voltei minha rotina normal, mas conforme os dias foram passando fui percebendo que muitas coisas das quais ele falava tinham fundamento, pelo menos depois que eu fui contextualizando; Como por exemplo, ele falava que eu não deixava o passado no lugar dele, na minha percepção estava sim, mas depois fui percebendo que não, pois o meu passado estava ali, em várias caixas no meu guarda-roupa, em cima da minha cama, na escrivaninha, no meu HD, no meu diário, nos meus pensamentos, por todo lado. A mim, não incomodava, e nunca ouvi de nenhum dos meus namorados que o incomodavam também, mas ele, que no momento era a pessoa mais importante pra mim, incomodava.

E aí, percebi que era hora de eu ceder um pouco pelas pessoas, e não só ficar lutando para que me aceitassem como sou.

A primeira atitude que tomei foi tirar as caixas do meu guarda-roupa, nossa, que alívio! Eu já não tinha mais sentimentos por aquela história linda que estava guardada nas caixas, tinha admiração, mas tirando de perto me fazia lembrar que passou. A segunda atitude foi esclarecer para uma pessoa muito importante pra mim, que tenho muito respeito e admiração, as dúvidas que ele tinha e que eu não esclarecia, naquele momento percebi, que talvez eu só ainda fosse uma história pendente pra ele por não ter dito tudo que ele precisava ouvir, e eu já não aguentava mais esconder dele as respostas. Espero que isso tenha ajudado como eu pensei que ajudaria. Não foi como eu queria, pessoalmente, foi por mensagem, por que não aguentava mais esperar. A terceira foi ligar para o dono das caixas e dizer que não há possibilidades de ter algo além de respeito e admiração entre nós. Pronto! Passado resolvido, esclarecido, e no devido lugar.

Já estava pronta pra nova vida.

Um dia, trabalhando e ouvindo meu playlist, veio a gravação da conversa do dia do meu aniversário, então pude me ouvir, e perceber o quanto sou estúpida, e áspera. O peso na consciência me engoliu.

Comecei a lembrar de todas as boas coisas que vivi no meu relacionamento, o quanto ele queria tão pouco de mim e não fui capaz (por orgulho) de dar, e fiz só agora.

Não querendo mais nada pedente na minha vida, o procurei, e falei o meu feito, e depois, de longas conversas ele está aqui, de volta. Com todas as mudanças que ele queria fazer, mudou a posição de tudo no nosso quarto, e aos poucos estamos mudando pra ficar um pouco dos dois.

Essas pequenas mudanças ainda incomodam, mas, uma das mudanças que me propus foi de tentar aceitá-las com a maior boa vontade.

Como dizem por aí: "Não tenha medo das mudanças. Coisas boas se vão para que outras melhores possam vir."

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