Hoje saí do trabalho pra almoçar com um amigo, com o qual acabei brigando, talvez por TPM, ou quem saber por termos temperamentos incompatíveis.Muito aborrecida, resolvi deixa-lo onde estava e voltei pro trabalhando andando, foi uma ótima distância pra ajudar a minha raiva diminuir enquanto caminhava. Mas ainda não tinha almoçado.
Tudo bem, com raiva não sinto fome. Mentira.
Na hora estava passando em frente a um restaurante conhecido, passando um pouco dele pensei, porque não?! Voltei e entrei. Como em câmera lenta meus olhos fitaram todo o restaurante e viu o que ele é hoje comparando automaticamente com imagens do passado.
Era lá que eu almoçava com meu avô uma vez por mês, quando íamos receber a aposentadoria dele. Nossa rota desse dia mensal era. Banco, Café Santos pra tomarmos nosso suco de laranja matinal e as vezes um bolinho de bacalhau com azeite português, depois íamos até o tal restaurante e almoçávamos e enfim, casa.
Eu sei que fui uma boa neta, uma ótima filha, mas sinto que tive tão pouco tempo para que ele tivesse orgulho de mim. Enquanto comia, era impossível meus olhos não ficarem marejados e minha garganta fechar, e sentir aquele aperto no peito.
Saudade nesses casos dói de mais, não tem como saciar.
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